Semana Santa



Getsêmani...

Essa palavra, quando dita, evoca sofrimento. Porque lembramos os últimos momentos de Jesus em oração ao Pai antes da confirmação de sua missão aqui na terra.

Além de lembrar que o “Jardim do Getsêmani” ou Horto das Oliveiras, foi onde Jesus orou fervorosamente antes da crucificação, pensemos que as orações e o sofrimento Dele foram tão fervorosos que Ele chegou a suar sangue: “(...) posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.” (Lc 22,44).

Vale relembrar também o que significa, literalmente, a palavra aramaica Getsêmani. A primeira parte da palavra significa “prensa” (get) e a segunda (sêmani), óleo ou azeite. Todo horto de oliveiras possuía uma prensa assim.

Façamos então, a analogia com o sofrimento de Jesus. As azeitonas precisam ser prensadas e esmagadas para produzir o mais fino e salutar dos óleos: o azeite de oliva. Jesus sofreu a agonia de saber que ia morrer por nós e sofreu muito antes disso. Sua morte provocou a salvação da humanidade (azeite, doçura da unção). Cada um de nós, a seu tempo vive o “getsêmani”, afinal o fruto de nosso sofrimento, o óleo para a unção, tem que sair de nós mesmos e precisa ser derramado sobre nossas cabeças sabendo o quanto isso custou. Por mais difícil que possa parecer, temos que passar por ele, pela “prensa” do sofrimento: chorando, gritando e suando sangue, para que lá na frente, nos transformemos em bênçãos.

Este é o óleo do Crisma e o significado dele para nossa fé. Porque a religião católica utiliza o óleo para a unção? A unção com óleo significa o derramar do Espírito Santo em nossas vidas e o agir de Deus a nosso favor, através da comunhão, da oração e da obediência.

Crisma é o sacramento que, conferindo os dons do Espírito Santo em plenitude, inaugurado no batismo, põe o fiel no caminho da perfeição cristã e assim o faz passar da infância para a idade adulta, pois é o Sacramento da maturidade Cristã. É quando o cristão passa a ter responsabilidade na comunidade. Por isso ele é a Confirmação do Batismo. É o Sacramento da Juventude. É o Sacramento por excelência do Espírito Santo. Crisma é uma palavra grega que significa: óleo de ungir. A palavra Confirmação tem aqui o significado de fortalecimento, pois deve tornar o cristão “forte e robusto” no espírito. Ungir é passar o óleo do Crisma na fronte do crismando em forma de cruz. Esse óleo usado na cerimônia de Crisma é consagrado na Missa dos Santos Óleos, na Quinta-Feira Santa. O óleo do crisma é uma mistura do óleo de oliva e de bálsamo. É o único dos santos óleos que é perfumado. Porque precisa deixar marcas no Espírito e no corpo. 

Se você é catequista na Crisma, fale disso aos seus catequizandos. Antecipe a alegria de se receber este óleo de unção.

E mesmo que ainda esteja preparando seu catequizandos para a Eucaristia, vá preparando os seus corações e sentidos...

Providencie um pequeno frasco com azeite de oliva, perfumado com algum bálsamo, peça para o padre abençoar, leve ao seu próximo encontro de catequese. Fale para que servia as oliveiras, como é feito o azeite. Conte a história dos últimos momentos de Jesus, de como, feito “homem”, ele sofreu no Getsêmani. Faça o sinal da cruz na palma da mão direita de cada um, numa espécie de “envio” para a catequese.

Precisamos resgatar a simbologia da nossa fé. Passar para os jovens o significado do sacramento. Todo o mistério da nossa fé está estreitamente ligado a simbologia. Símbolos marcam. É a fé vivida concretamente. São sinais que ficam para sempre.

Ângela Rocha

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