O quanto as coisas podem ser diferentes...
Mas quem me conhece sabe que sou, antes de tudo,
uma otimista. Acredito em mudanças e nas coisas certas... E que um dia elas
devem acontecer. Talvez não neste meu “mandato” aqui na terra, mas, quem sabe? A
esperança ainda é grande. Rsrsrsrsr...
Acho o rito do batismo um dos mais bonitos ritos da
nossa Igreja. E por isso ele merece até um “encontro” especial na catequese,
onde a gente relembre aos pequenos como foi o dia em quem eles forma “marcados”
com a cruz a de Jesus.
Aqui, na paróquia que freqüentamos em Londrina, ele
acontece no terceiro domingo do mês junto com a missa das 9h30. As crianças são
apresentadas a toda a comunidade e no decorrer da missa o padre unge com óleo,
derrama a água, a comunidade renova as promessas junto com os pais, faz o rito
do Éfeta, a consagração e tudo mais. A missa não fica tão mais longa do que é
normalmente e o importante é que a comunidade participa da “apresentação”
destes novos cristãos à Igreja de Jesus Cristo. Ficamos tão envolvidos com tudo
que nem vemos o tempo passar. É bonito mesmo.
Neste último final de semana estive em Califórnia, uma
pequena cidade do norte do Paraná onde nasci e onde ainda tenho parentes do lado
de minha mãe. Lá também moram meu irmão mais velho, minha sobrinha, o marido e
os filhos. E foi no batizado do João Gustavo, meu mais novo sobrinho-neto (pois
é, sou tia-avó, uma pá de vezes já!), que fomos no domingo.
Lá o batizado acontece depois da missa. A celebração
da missa começa as oito e dura cerca de uma hora e quinze minutos. Então os
batizados começam lá pelas nove e quinze. Aí então os pais, padrinhos e
crianças se reúnem no presbitério para a cerimônia do batismo. No domingo havia
quatro crianças para serem batizadas. E, (olha só!) a cerimônia toda do batismo
durou UMA HORA E MEIA! Quem conduziu a celebração é um diácono. E um diácono
muito sem noção, diga-se de passagem.
Depois dos pais das crianças (todas com no máximo
dois ou três meses), ficarem na missa os sessenta e tantos minutos, entre choros,
mamadas, resmungos e outros chamados da natureza, o celebrante do batismo vem,
e os tortura por mais uma hora e meia. Isso num rito que deveria ser lindo e acaba
se transformando numa chatice sem fim. Desculpem-me, mas isso é pra acabar com a paciência de qualquer cristão!
Primeiro que o homem fez uma “homilia” de quase 15
minutos. Um diácono! Depois que ele quis explicar cada gesto, cada símbolo, tudo!
Ah! E sem microfone (a acústica da Igreja não permite que se escute metade do
que ele fala). Os familiares que estavam nos bancos não ouviram absolutamente
nada. Olhavam pra cima, por lado, pro relógio e, ansiosamente, para a porta de
saída...
Mas vamos as “explicações” e “sermões” do diácono.
Será que ele não sabe que pais e padrinhos já fizeram (obrigados) o “curso de
batismo” que, via de regra, é uma tarde (senão mais) de chá de doutrina e
cadeira? Fiz quatro “cursos” de batismo na minha vida e presenciei partes de
outros e, posso dizer com certeza, que foram todos de “doer”, sem exceção. Enfim,
não se prepara as pessoas para conduzir essas coisas. O chamado curso de
batismo é “catequese”, aliás uma excelente oporutnidade para se fazer catequese
com adultos, mas nunca chamam
catequistas pra isso. Eu pelo menos, nunca vi. E o que acontece nestes
encontros é que a metodologia e a didática deixa muito a desejar.
Mas este do domingo foi demais... Eu, como tia e
fotógrafa, portanto “bicona” na história, já tava quase interrompendo o homem e
pedindo, ali aos pés de Jesus, que tivesse compaixão das mães e acabasse de uma
vez com aquilo. E os bebês choravam, resmungavam, se espremiam. E os pais e
padrinhos, mudando de um pé pro outro (nada de sentar!), aflitos. As mães já
meio desesperadas. E estas, já sem recursos, acabavam não resistindo e desnudando
os seios ali mesmo, ao lado do sacrário, para Jesus, anjos e santos
assistirem... É o fim! Como diriam nossos avós: “o fim dos tempos” mesmo...
Talvez eu esteja sendo meio intransigente. Azeda
mesmo. Mas francamente, quem em seu juízo perfeito trocaria uma tranqüila manhã
de domingo deitado na cama por uma sessão de quase três horas na Igreja. Metade
dela em pé e com seu bebê chorando no ouvido? Nem as avós e muito menos as
tias-avós...
Mas ainda tenho esperança. Esperança de que as
pessoas que conduzem nossa Igreja se adequem aos “tempos”, não aos tempos de
pressa e de “sem tempo” das famílias, mas pelo menos ao respeito pelo conforto
e bem-estar delas. Já assisti a batizados inúmeras vezes e sei que este rito
pode acontecer de maneira prazerosa e marcante para pais e padrinhos, basta que
se tenha um pouco mais de consideração e senso de oportunidade. O que vi ontem
foi um exibicionismo desnecessário e sem propósito.
Caso o pároco da Matriz de São Francisco de Assis
de Califórnia –Pr, venha a ler isto: Padre, dá um jeito no diácono! Ele
espantou pelo menos umas duas dúzias de fiéis no domingo.
Ângela Rocha
angprr@uol.com.br
Azeda, vc? Por ter a coragem de botar a boca no trombone. Concordo com vc. Uma cerimônia que poderia ser prazeirosa e enriquecedora encaminhada dessa maneira acaba realmente se tornando uma chatice. Já vi muitas acontecerem assim, homilias que poderiam ser ricas e feitas em no máximo 15 minutos, estenderem-se e não deixar mensagem alguma. Já ouvi Pe. Zezinho dizer que ele não precisa mais que 3 a 5 minutos p/ deixar a sua mensagem. Alguns são prolíxos demais, mas sem profundidade.
ResponderExcluirContinue com seu "azedume" se vc assim o diz. Ainda não dá p/ "fazer careta"( rssss)
E que bom que tenho amigos! rsrsrrssr... Obrigado Edite! Beijão.
Excluir