Bodas de Prata da Vívian e do Nadi...



Vivian e Nadi, hoje fiquei pensando no que poderia oferecer a vocês...

Para que vocês sentissem a felicidade que sinto, pelo fato de que estão felizes!
Vinte e cinco anos não são vinte e cinco dias... Mas pra gente que é apaixonada, o coração ainda bate feito louco no peito a qualquer momento. E tenho certeza que vocês vão sentir que estão mesmo casando de novo na celebração das bodas...

Minha amiga, queira muito estar aí com vocês... mas não posso... Então aqui vai um presente... Não fui eu que escrevi, mas sinto como se fosse... e sinto em cada frase que combina com você e com o amor da sua vida...

Achei esse poema de Adélia Prado, querida poetisa que sabe colocar em palavras o amor e o cotidiano da gente, que sabe descrever a vida como se fosse a “nossa” vida. Somos simplesmente mulheres, somos mãe, somos esposas, somos amantes... Mas sabemos amar.

Ela escreveu “Para o Zé”... mas hoje peço-lhe licença para mudar um pouco, e dizer que é para o Paulo aqui comigo e para o Nadi aí com você...

Para o Nadi...

Eu te amo, homem, hoje como toda vida quis e não sabia, eu que já amava de extremoso amor o peixe, a mala velha, o papel de seda e os riscos de bordado, onde tem o desenho cômico de um peixe — os lábios carnudos como os de uma negra.

Divago, quando o que quero é só dizer te amo.
Teço as curvas, as mistas e as quebradas, industriosa como abelha, alegrinha como florinha amarela, desejando as finuras, violoncelo, violino, menestrel e fazendo o que sei, o ouvido no teu peito pra escutar o que bate.

Eu te amo, homem, amo o teu coração, o que é, a carne de que é feito, amo sua matéria, fauna e flora, seu poder de perecer, as aparas de tuas unhas perdidas nas casas que habitamos, os fios de tua barba.

Esmero. Pego tua mão, me afasto, viajo pra ter saudade, me calo, falo em latim pra requintar meu gosto: “Dize-me, ó amado da minha alma, onde apascentas o teu gado, onde repousas ao meio-dia, para que eu não ande vagueando atrás dos rebanhos de teus companheiros”.

Aprendo. Te aprendo, homem. O que a memória ama fica eterno. Te amo com a memória, imperecível.

Te alinho junto das coisas que falam uma coisa só: Deus é amor. Você me espicaça como o desenho do peixe da guarnição de cozinha, você me guarnece, tira de mim o ar desnudo, me faz bonita de olhar-me, me dá uma tarefa, me emprega, me dá um filho, comida, enche minhas mãos.

Eu te amo, homem, exatamente como amo o que acontece quando escuto oboé.

Meu coração vai desdobrando os panos, se alargando aquecido, dando a volta ao mundo, estalando os dedos pra pessoa e bicho.

Amo até a barata, quando descubro que assim te amo, o que não queria dizer amo também, o piolho.
Assim, te amo do modo mais natural, vero-romântico, homem meu, particular homem universal. Tudo que não é mulher está em ti, maravilha.

Como grande senhora vou te amar, os alvos linhos, a luz na cabeceira, o abajur de prata;
como criada ama, vou te amar, o delicioso amor: com água tépida, toalha seca e sabonete cheiroso, me abaixo e lavo teus pés, o dorso e a planta deles eu beijo.

Adélia Prado...

E sua amiga Ângela...

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