E estamos de férias na catequese!
Hoje é um dia especial: Domingo do Cristo Rei, fechamento do ano litúrgico. E não há, quase, presença de catequizandos na missa. Isso porque a catequese já decretou “férias”. E quem tinha que receber os sacramentos, já recebeu.
Não consegui nem tirar minha filha da cama. Eita Mãe incompetente! “Ah Mãe! A catequese já acabou”. E assim é com muitos pais. Já é um tanto difícil levar os filhos à missa normalmente, que dirá quando a catequese já promoveu as festinhas de despedida e os catequistas já deram “adeus” às turmas até o próximo ano.
E a partir do próximo domingo viveremos um dos tempos mais fortes da liturgia: o Advento. E onde estarão nossas crianças? De férias, é claro! E é possível que só voltem a “viver” Igreja somente lá pelo meio da quaresma. Fico pensando como explicar ou justificar esta “organização” da catequese. O fato é que nem é preciso. Ninguém estranha. Afinal a catequese sempre foi dissociada da Liturgia. O ano litúrgico é apenas “ponto” do conteúdo programático da catequese. As crianças e jovens aprendem o que é, e quais os tempos, mas viver na prática é outra história... Exigiria muito mais que a preguiça e a incompetência de nossa catequese.
Estou sendo dura eu sei, mas explico. É extremamente difícil aos catequistas estender a catequese do ano para algo mais além daqueles 28 ou 30 encontros anuais. É de praxe que se tenha pelo menos três meses de parada no final do ano, coisa que nem a escola formal faz mais, e mais um mês no meio do ano. Não, não dá pra dedicar mais que oito meses a missão. É demais! Isto é pura PREGUIÇA!
E também, como explicar aos pais que não se tira férias de Deus? Difícil. Aí a gente se agarra aquelas velhas desculpas: de que as crianças precisam descansar. Descansar do que? De ir à Igreja durante uma hora uma vez por semana? De que os pais são contra. Como? Eles também deixam de ir a Igreja nas férias? De que as famílias viajam nas férias. Sinceramente, por mais ricos que sejam, duvido que uma família fique viajando de férias durante três meses. Muito menos as crianças fiquem três meses na casa dos avós! São caso raros. Ah, poderíamos sim, se quiséssemos de verdade, viver o Domingo do Cristo Rei e o Advento na catequese. Falta COMPETÊNCIA para isso.
Agora, estranho mesmo, é perceber nas paróquias onde se vive a catequese em estilo catecumenal, que isto também não mudou! Sim. Isto mesmo. Em muitas dioceses já se vive uma catequese orientada pelo calendário litúrgico. É o caso da comunidade onde vivo. O início da catequese se dá no mês de maio quase próximo ao Pentecostes. E, teoricamente, acaba depois da Quaresma, no tempo pascal ainda. Mas isso é teoricamente. Os pais, acredito, nem sabem disso. É complicado demais explicar a eles. Isto porque, os pais viveram, também, uma catequese onde o ano litúrgico era só teoria!
Fico aqui pensando onde e quando se viverá, neste novo estilo de catequese, o tempo da Iluminação e Purificação. Porque eles são vividos nos domingos da Quaresma e tem seu ápice na Semana Santa. Outro período de “folga” da catequese. Será que a catequese vai criar sua própria “Semana Santa” em outra data?
Olá minha querida amiga, permita-me discordar num ponto com você, penso que o errasdo é vincular a catequese a participação às missas. Devemos sim durante a catequese "mostrar" ao catequizando a importância da Celebração Eucarística em nossa vida, e isso deve ressoar também na família, é um trabalho conjunto. Você sabe tão bem quanto eu que a Iniciação Cristã deve acontecer na comunidade e não apenas na Catequese. Perdoe-me mas penso que vc perdeu uma boa oportunidade de catequizar sua filha; meus catequizandos terão sim férias da catequese, e eu não trago em mim nenhuma culpa por conta disso, só farei antes um encontro com os pais, prá falar sobre a caminhada espiritual dos filhos deles durante as férias. Pais: os primeiros catequistas dos seus filhos, eu só estou de passagem na vida deles.....
ResponderExcluirRosangela Tamaoki
Preguiça e falta de competência, soou muito duro, pois como a Rosangela disse nos catequistas estamos de passagem na vida deles, e nessa passagem deixamos bem claro a eles e aos pais a importância da missa na vida de todos nós e que de Jesus não tiramos ferias.Assim a missão é passada aos pais, e para nos catequista vem vindo mais gente para a Iniciação Cristã .Eu me garanto estou sempre pronta para isso.
ResponderExcluirClara Bonfá
A preguiça eu até retiro e troco por comodismo... Mas a incompetência eu deixo e ainda reforço! E mais, nem é preciso "vincular" catequese à missa. Este vínculo é implícito! Ora, então eu catequizo e os catequizandos vão à Igreja se quiserem ou se os pais quiserem. Então viver comunitariamente a comunhão e a Palavra é opção? Na catequese estou "educando" para a Eucaristia e a vida em comunidade. Se os catequizandos declinam dessa vivência de quem é a culpa? Os pais nos trouxeram suas crianças, elas estão ali, resta-nos fazer um bom trabalho, inclusive de catequese familiar!
ResponderExcluirAngela Rocha
Olá amigas, as palavras as vezes soam duras, mas eu concordo que as vezes são necessárias.
ResponderExcluirAcho que nesse sistema de evangelização quem menos tem culpa somos nós catequistas. Temos menos culpa por não estar em nossas mãos muitas das decisões que realmente seriam eficazes para uma catequese que consiga tocar família e catequizando. Porém, muitas vezes nos omitimos em nossas paróquias e reuniões para evitar bater de frente com coordenadores e padres, outras vezes não procuramos nos reciclar.
Concordo que se na catequese não conseguimos criar um "vínculo" Homem/JESUS/Eucaristia(razão e único motivo para a existência da Missa), não atingimos o objetivo... certamente nós catequistas falhamos. Mas quem deseja ser santo é assim mesmo... vivemos lutando contra nossas falhas.
Deus nos ilumine!!!
Paz de Cristo!
Claudia, eu já nem penso em "culpa"... é como as coisas são e vem vindo ao longo do tempo. O que acontece é que nos "acostumamos" a pensar que não vamos conseguir mudar as coisas. E assim como temos catequistas comprometidos que veem tudo isso, que lutam para mudar, para interferir na organização da catequese; temos também aqueles que sequer tem consciência de que as coisas podiam ser diferentes.
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