INTENÇÕES PARA O MÊS DE MARÇO


INTENÇÕES DO SANTO PADRE – MARÇO

 A CONTRIBUIÇÃO DAS MULHERES NA SOCIEDADE

“Para que o contributo dado pelas mulheres ao desenvolvimento da sociedade seja adequadamente reconhecido em todo o mundo”.

Celebra-se cada ano, a 8 de Março, o Dia Internacional da Mulher. O Santo Padre associa-se a esta comemoração, para além de outras possíveis formas, também por meio da Intenção Geral deste mês.

Importância da mulher

A importância da mulher nas sociedades de todo o mundo e em determinadas regiões de um modo particular, é evidente, mas nem sempre este seu papel indispensável é reconhecido por todos e daqui a necessidade de nos determos brevemente sobre esta importância.

Começamos por fazê-lo pela voz autorizada do Papa, que declarou, por exemplo, numa Mensagem aos participantes de uma Conferência Internacional: «…Dada a notável influência das mulheres na sociedade, é necessário animá-las a aproveitar a oportunidade de defender a dignidade da vida [era este o tema da Conferência], mediante o seu compromisso na educação e a sua participação na vida política e civil». E o Papa afirma ainda, no mesmo documento: «O gênio da mulher para organizar e mobilizar dá-lhe a habilidade e as motivações necessárias para desenvolver redes em contínua expansão para o intercâmbio de experiências e a criação de novas ideias».
Desde sempre, a mulher teve importância fundamental no mundo, como se pode comprovar lendo a história da humanidade, desde as sociedades mais primitivas, e essa importância continua e continuará no futuro.

Esta importância é, sobretudo, notável em determinadas sociedades. Recordo, por exemplo, que em África (sobretudo na África subsariana), o papel da mulher é absolutamente fundamental, e a todos os níveis, sobretudo nas zonas rurais: é ela que trabalha no campo, que prepara as refeições, cuida dos filhos, etc., em contraste com o homem que, bastante comummente, se dá à preguiça e não faz quase nada…
As mulheres na vida de Cristo

As mulheres desempenharam um papel de grande relevo na vida de Cristo. Os casos apresentados nos Evangelhos sobre a relação de Cristo com mulheres são numerosos (e certamente não nos dão conta de todos).

Cristo sempre as acolheu com amor e misericórdia, numa sociedade onde a mulher era marginalizada e até tratada com desprezo: a adúltera, a pecadora pública que se ajoelha a seus pés, chorando os seus pecados. Consolou aquelas que necessitavam de consolação: ressuscita o filho único duma viúva de Naim, anima a uma nova vida a mulher da Samaria, que não levava uma vida nada exemplar, conforta as mulheres de Jerusalém que choravam ao vê-Lo coberto de sangue a caminho do Calvário. No seu ministério apostólico era auxiliado por um grupo de mulheres, de algumas das quais até nos constam os nomes.

A mulher na Igreja

Na senda de Jesus, desde sempre a Igreja defendeu a dignidade da mulher e a sua paridade com o homem, com iguais direitos e deveres. Logo nos primeiros séculos da história da Igreja, as mulheres tiveram lugar de destaque nas primeiras comunidades que se foram formando. A responsabilidade das mulheres era tão grande que chegaram a ser criadas diaconisas, portanto, mulheres com responsabilidades de mando nas comunidades.

É certo que, ao longo dos séculos, também existem sombras (e algumas bem densas…) neste capítulo e nem sempre se deu, nem ainda se dá, o lugar devido à mulher, mas o resultado global é positivo.

Nos nossos dias, o Papa João Paulo II publicou, em 1988, uma Carta Apostólica, intitulada A dignidade da mulher, onde podemos ler (aliás, reproduzindo palavras de Paulo VI): «No Cristianismo, mais que em qualquer outra religião, a mulher tem, desde as origens, um estatuto especial de dignidade, do qual o Novo Testamento nos atesta não poucos e não pequenos aspectos» (n. 1).

E o Vaticano II, cujo 50º aniversário de abertura estamos a celebrar, na «Mensagem do Concílio», no encerramento do mesmo, não esqueceu as mulheres e dirigiu-se a elas com estas palavras, entre outras: «Chegou a hora em que a vocação da mulher se realiza em plenitude, a hora em que a mulher adquire, no mundo, influência, alcance e um poder jamais alcançado até agora… Neste momento em que a humanidade conhece tão profunda mudança, as mulheres, iluminadas pelo espírito do Evangelho, tanto podem ajudar a humanidade a não decair!».

A Intenção Geral deste mês pede-nos que rezemos para que a contribuição da mulher na sociedade seja uma realidade. Mas para que assim seja, é necessário que sejam criadas as condições para tal, reconhecendo os mesmos direitos para homens e mulheres, por exemplo, estabelecendo salários iguais para trabalhos iguais, dando as mesmas oportunidades a homens e mulheres, etc., coisas que ainda não constituem uma realidade, sobretudo em alguns países, onde continuam discriminações de toda a espécie em relação à mulher.

Intenção Missionária

“QUE O ESPÍRITO SANTO CONCEDA A PERSEVERANÇA”.

Para que o Espírito conceda perseverança a quantos, particularmente na Ásia, são discriminados, perseguidos e mortos por causa do nome de Cristo.

Verificamos, com muita dor, que em muitas regiões do mundo o professar e exercer a própria religião comporta um risco até para a própria vida, para além de perseguições e incompreensões de toda a ordem. Noutras partes, existem outras formas mais sofisticadas e silenciosas de preconceitos e de oposição aos crentes e símbolos religiosos. Os cristãos são atualmente (e sempre cada vez mais, nos últimos tempos) o grupo religioso que sofre maior número de perseguições por causa da sua fé, pelo simples «crime» de serem cristãos.

Nada disto pode ser aceito, porque representa uma ofensa a Deus e à dignidade humana. Constitui, além disso, uma ameaça para a segurança, a paz e o bem-estar, e impede a realização de um autêntico desenvolvimento humano integral. As discriminações de toda a espécie sofridas pelos cristãos levam a que muitos tenham que emigrar para outros países, indo engrossar o número já muito elevado de refugiados.
E estas perseguições não são, de modo nenhum, casos esporádicos, mas acontecem em numerosos países. Para só mencionar os principais, são eles: Índia, China, Somália, Iraque, Nigéria, Paquistão, Egito, Irã… Nestes e noutros países, os cristãos são considerados “cidadãos de segunda”, sem os mesmos direitos que os outros.

O Papa convida-nos neste mês a rezar por estes cristãos perseguidos e para que diminua o radicalismo e o fundamentalismo. No meio das ameaças e perseguições, os cristãos precisam de aprofundar e intensificar a sua perseverança e ter a força do Espírito Santo para defender a sua fé. E a oração de todos nós ajudará certamente neste sentido. Oremos, pois, fervorosamente para que o Espírito Santo fortaleça os que são discriminados e vítimas de violência por causa da sua fé. 

Antonio Coelho, s.j.


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